Die Linke e as eleições federais de 2021

Mario Candeias, diretor do Instituto de Análise Social da Fundação Rosa Luxemburgo em Berlim, analisa as eleições federais na Alemanha em 2021.
15/09/2021
por
Mario Candeias

O partido da esquerda alemã enfrenta uma desfavorável constelação políticas, forças contrárias fortes, conflitos internos e estagnação

Mario Candeias*[1]

Manifestação realizada na Alemanha contra os altos preços dos aluguéis. Foto: Die Linke

Embora tenha tido considerável sucesso tanto na construção e na organização do partido, no fortalecimento e nas importantes parcerias com movimentos sociais (Fridays for Future, movimento de moradia, Black Lives Matter, manifestações contra leis relativas à polícia), bem como em poucos exemplares governos de esquerda, o partido da esquerda alemã (Die Linke) está estagnado nas pesquisas eleitorais com 7% (cerca de dois pontos percentuais a menos que nas últimas eleições). Uma olhada nos motivos desse desempenho não tem como objetivo nos distrair do empenho na campanha eleitoral, mas destacar sua importância.

Nada está decidido ainda e as coisas estão em movimento. Porém, mesmo antes da pandemia, Die Linke encontrava-se com dificuldade de conseguir visibilidade diante uma polarização tripla entre o “centro” neoliberal no governo, a direita radical e os verdes como seu contrapeso liberal-ecológico.[2] Die Linke tem lutado para encontrar seu papel nesta constelação, “valor útil político” ainda não está claro para muitos. A consequência disso foi que o partido dificilmente tem despertado atenção da mídia ou tem sido silenciado (deliberadamente). A pandemia agravou esta situação, não só porque crises deste tipo sempre favorecem o Poder Executivo, como também muitas práticas da esquerda foram impedidas (greves, manifestações, organização de bairro, visitas de porta em porta ou simplesmente reuniões dos diversos grupos).

Uma dificuldade particular também foi o posicionamento claro sobre a gestão da crise na pandemia: Die Linke se viu obrigado a apoiar medidas fortes contra a disseminação do vírus enquanto a oposição total foi ocupada pelo partido de direita Alternative für Deutschland (AfD) e o movimento dos chamados Querdenker (“Pensadores laterais” – uma mistura de pessoas esotéricas, antroposóficas e também radicais de direita que se formou para opor-se às medidas de prevenção da disseminação da Covid-19). Uma posição intermediária solidária e responsável, que colocou no centro as consequências sociais, mas ao mesmo tempo equilibrou direitos de liberdade pessoal e direitos de saúde, foi mais uma vez marginalizada no discurso (midiático) ou difamada como “indecisa”. Nessa questão, o partido neoliberal Freie Demokratische Partei (FDP) conseguiu se aproveitar do momento e subir nas pesquisas para 12%, se distanciando levemente do AfD, mas criticando as medidas de prevenção de forma permanente (e irresponsável).

Dilemas à esquerda

Como consequência, Die Linke está cada vez mais organizado e conectado com os setores proemientes dos movimentos e da sociedade civil, mas não alcança suficientemente as outras parcelas da população (inclusive uma parte de sua própria base de eleitores). A nova prática da “política conectiva de classes” não chegou a ser generalizada de forma suficiente para produzir frutos. O formato antigo como um “movimento agregador antineoliberal” (Jörg Schindler) do período da Agenda 2010 já se esgotou há muito tempo diante novas linhas de conflito social. Neste sentido, o partido representa cada vez mais os grupos de eleitores mais engajados, e cada vez menos os passivos – um efeito contra o qual a orientação da política de classe, na verdade, deveria se opor, mas não teve tempo.

Neste contexto, a derrota do projeto que limitava o valor dos aluguéis em Berlim foi extremamente prejudicial. Tal iniciativa foi derrubada pelo conservador Segundo Senado do Tribunal Constitucional Federal. O capital imobiliário e seus representantes (na política e nas mídias) já haviam sido derrotados na batalha da opinião pública, estavam muito distantes de obter maioria no parlamento da cidade-Estado de Berlim. Mas no capitalismo o Estado se organiza de tal maneira que permite à burguesia manter linhas de defesa amplamente ramificadas: uma luta de classes jurídica para derrubar qualquer passo transformador apoiado pela esquerda, mesmo que seja uma lei com apoio popular (independente de opiniões jurídicas contrárias em favor da legitimidade do limite dos alugueis). De fato, o argumento foi meramente formal: Berlim não teria a competência de regular esta questão porque a legislação federal já prevê um controle – inútil – dos valores de aluguel. O objetivo era derrubar o “rebelde” governo de Berlim. As consequências foram graves não apenas para os inquilinos da cidade e de outros lugares, mas também para Die Linke, porque este era seu projeto mais popular dos últimos anos, que lhe conferia visibilidade e credibilidade.

A derrota desencadeou, por um lado, um espírito de revolta entre ativistas e grande parte da população, fortalecendo tanto a ideia de um limite do valor dos alugueis em escala nacional, quanto a iniciativa de um referendo sobre a expropriação de grandes empresas imobiliárias. Mas, ao mesmo tempo, produziu grande decepção e tristeza. Se nem um governo eleito e leis implementadas são capazes de alterar as coisas, porque um Tribunal Constitucional conservador pode questionar sua competência (em contraponto a várias vozes jurídicas e relatórios oficiais), então isso produz um fatalismo conhecido: “A esquerda é bem intencionada, mas no final não consegue mudar nada”.

Além disso, houve conflitos internos e disputas de poder latentes que foram reforçados pelas mídias com satisfação: “políticas identitárias e de classe não são contraditórias em termos. Mas, para garantir sua própria influência, este suposto conflito é sempre amplificado”, como diz Daniel Reitzig na revista Jacobin. A linha de conflitos de falsas dicotomias não pode ser exposta aqui, mas a consequência é que potenciais eleitores e ativistas de esquerda se afastem da Linke. Uns porque não aguentam ataques verbais em relação a posições antirracistas, feministas, queer e ecológicas; outros porque acreditam na constante crítica de que o partido se afasta dos interesses dos “trabalhadores e desfavorecidos”. O partido tem perdido filiados e filiadas por conta disso – não em números significativos, mas a frustração é suficiente para impedir a ampliação de seus apoiadores.

Como lidar como a questão ecológica é outro conflito interno do partido. Para a maioria, a questão social e a ecológica não são separáveis, e isso demarca a diferença com os verdes. Porém, para uma minoria que é poderosa devido à influência de algumas personalidades com presença midiática, o partido estaria só correndo atrás dos verdes com seu programa radicalmente ecológico e se distraindo dos essenciais temas sociais. Isso também tem como consequência que Die Linke seja percebido mais uma vez como indeciso. É bom dizer que até aos olhos de associações ambientais relevantes, trata-se “do único partido” (segundo Fridays for Future) que se compromete a limitar o aumento da temperatura global em 1,5 graus. Apesar disso, a credibilidade é desgastada quando algumas lideranças e tendências internas questionam e contrariam esse objetivo repetidamente nas mídias – quando conseguem visibilidade. E o fazem mesmo com os eleitores da Linke destacando a questão ecológica como fundamental, logo depois da questão social, segundo as pesquisas. Talvez o partido não consiga atrair números relevantes de simpatizantes dos verdes para seu lado, mas pode perder para eles uma parceira importante do eleitorado, como os últimos pleitos têm mostrado. Este é apenas mais um exemplo sobre como as contradições sociais não são mediadas de uma maneira que sejam resolvidas de forma progressiva (as palavras-chave são “mudança sistêmica social-ecológica”, “Green New Deal de esquerda”), ao contrário, acabam reproduzidas de maneira equivocada, provocando divisão na própria base.

Com uma multiplicidade de vozes e mensagens confusas, o partido criou incertezas nos eleitores e ativistas e perdeu, assim, no mínimo duas possíveis oportunidades históricas: primeiro, com o movimento de refugiados em 2015, e, depois, no começo do Fridays for Future em 2018 e o agravamento da crise climática. Die Linke tinha os programas certos, mas não conseguiu representá-los de forma confiável por causa das fortes disputas internas sobre seu rumo.

Manifestação realizada na Alemanha contra os altos preços dos aluguéis. Foto Martin Heinlein/ Die Linke

Questões regionais

Além disso, aspectos regionais específicos também têm jogado um papel: a força do PDS – antecedente da Linke – no leste do país era a grande quantidade de membros (mesmo que envelhecidos e muitas vezes passivos) e uma base eleitoral com alta identificação com o partido, composta por ex-funcionários estatais da Alemanha Oriental. Com o eventual desaparecimento dessa geração caminha nos próximos dez anos, há uma perda de base nesta região. Ou o partido mobiliza um novo grupo de eleitores e filiados, ou acaba se tornando um projeto de geração, agonizando no leste. Se somam ainda os próprios erros (em Brandemburgo, Linke governava até recentemente e aprovou novas leis de segurança, políticas fiscais falidas e negligenciou a possibilidade de criar uma saída para a indústria local de carvão) e um estilo de política que prioriza pequenas reformas, melhoras da governança ou a oposição, na política dos pequenos passos, principalmente em âmbito parlamentar e que não aposta no “espírito da distinção” (Antonio Gramsci), um diferencial marcante e um perfil visível e nítido em comparação com outros partidos. Mesmo assim, mais jovens voltaram a entrar no partido nos últimos anos, inclusive no leste. Novos filiados podem não compensar a perda pelas gerações mais velhas, mas na média nacional são predominantemente jovens e dispostos a se engajar – contra a direita e um desenvolvimento percebido como ameaçador e a favor de uma política de esquerda de base, com o povo. Aqui, o partido tem uma chance real de fazer contraponto ao AfD. Pelo menos na Turíngia já conseguiu isso.

Em resumo, o resultado é uma mistura de problemas demográficos, organizatórios, políticos e de conflitos internos não resolvidos dentro de uma constelação política geral que, por si só, torna difícil que Die Linke ganhe visibilidade como uma força política importante. E mesmo se tivesse essa atenção da opinião pública, sabemos que enfrenta adversários superpoderosos. Neste contexto, não é pouco se o partido consegue se sustentar nas eleições com uma nova liderança e participar novamente do governo estadual em Berlim.

No entanto, esta constelação política – apesar de algum bom trabalho – pode traduzir uma dinâmica que ameaça a existência do partido. Justamente isso – e não alguns erros que sempre se repetem – marca a situação precária que o partido social-democrata SPD (por sua própria responsabilidade) está passando há um tempo e na qual Die Linke corre risco de enfrentar agora também. O entendimento de constelações políticas é importante para avaliar direito problemas e possibilidades e para evitar um espírito destruidor e derrotista.

De tempos em tempos, encontramos em setores da Linke discursos que difamam a própria organização, quando discórdias internas viram mais importantes do que os verdadeiros adversários. A discussão deixa de ser sobre o que se tem em comum, e passa a ser o que se separa, com mútuas acusações de falta de estratégia. Um partido que se desencoraja coloca ainda mais em risco sua existência. É necessária uma cultura de debate interno “agregador”, que fale abertamente das diferenças, promova a crítica, mas que a produção do comum esteja em primeiro plano.

Aqui não se trata de um problema específico da Linke, mas de todos os partidos de esquerda na Europa. Os projetos populistas de esquerda do Podemos, La France Insoumise ou #Aufstehen (com todas as suas diferenças) alcançaram seus limites (ou fracassaram), do mesmo jeito como as iniciativas populistas da social-democracia renovada com Jeremy Corbyn e Bernie Sanders (o último pelo menos conseguiu puxar a política de Biden para a esquerda, com suas posições importantes), ou também os partidos de esquerda populares e “conectivas” como Syriza, Linke ou as legendas irmãs da Escandinávia. Nem representantes da oposição ou de algum governo de esquerda, nem de estratégias radicais, de política de classe ou socialistas podem reivindicar que tenham achado a “receita” certa no interregno que começou com a grande crise financeira de 2009. Ainda não se achou a forma certa de partido ou movimento para um período de hegemonia neoliberal perdida, a ascensão de forças da direita radical e autoritárias e de um capitalismo verde.

A esquerda partidária e não partidária possui muitas respostas certas para os desafios, mas ainda não encontrou as práticas adequadas ou a base necessária no cotidiano nas vizinhanças e nas fábricas; não tem os canais de comunicação suficientes, nem a linguagem certa para a grande pluralidade de públicos-alvos. Nos programas, costuma apontar para o caminho certo. Não se trata tanto de um problema analítico, e sim de uma falta de organização perspicaz do partido e da esquerda não partidária em geral. O mosaico da esquerda não deixa de ser uma imagem fragmentada. Urge a necessidade de se trabalhar numa prática agregadora. Caso contrário, acabará triturada em meio a outras forças. O interregno terminará então sem uma esquerda relevante e poderosa? Nestes momentos em participar, é importante se engajar para uma esquerda mais forte e, com isso, manter os caminhos abertos para o futuro e desenvolver as forças já existentes.

Olhando adiante

Quais resultados das eleições federais são possíveis? As pesquisas são muito voláteis e três partidos têm a chance de vencer. Está absolutamente em aberto o cenário das composições de forças que poderão surgir:

  1. A possibilidade aritmética de um governo verde-vermelho-vermelho junto com os verdes, os sociais-democratas e Die Linke. Mesmo que pareça possível obter uma maioria segundo as pesquisas, trata-se de algo improvável, uma vez que os três partidos não têm um projeto em comum. Tanto o SPD quanto os verdes tentam evitar tal coalizão porque este governo teria uma maioria mínima (ou nem isso) no parlamento, além de enfrentar uma forte campanha adversária das mídias, do mainstream neoliberal e da direita radical, sem contar a resistência enorme que seria feita pela burocracia e também do capital financeiro e industrial, de empresas imobiliárias e dos ricos. O bloco social-ecológico que apoiaria este governo reuniria meramente cerca de um terço da população e está parcialmente organizado como tal. Seria uma coalizão relativamente fraca.
  • A coalizão mais promissora em questões de poder (mas não necessariamente segundo as pesquisas) estaria composta pelo conservador CDU com os verdes. Isso seria um projeto de modesta modernização da economia e da sociedade. Frações do capital importantes iriam apoiar tal coalizão da modernização, mas também importantes segmentos de parcela progressista da população. Seria formada um vasto consenso social em torno deste projeto, mesmo com suas imensas contradições. Justamente para os verdes é taticamente conveniente se manter abertos para ambas as opções, com uma tendência forte para esta última com CDU. Mas estaria claro que os verdes não seriam capazes de realizar seus ambiciosos planos de prevenir a mudança climática junto com os conservadores – e menos ainda sua agenda social. Mais improvável seria isso com a chamada coalizão de Jamaica, na qual seria representada o partido (neo)liberal FDP também. Só seria possível realizar estes objetivos numa coalizão progressista com Die Linke e os sociais-democratas.
  • Devido às contradições internas do projeto do CDU e dos verdes seria possível uma terceira opção que manteria no poder um bloco neoliberal enfraquecido: uma coalizão com os parceiros enfraquecidos da atual coalizão grande – CDU e SPD –, junto com o FDP oportunista, que estará mais presente no parlamento (graças ao apoio da mídia). Isso significa uma continuação e um fortalecimento das reformas da era política de Merkel, fraca a respeito de substância e projeto, mas com uma maioria sólida. Daria para chamar essa “coalizão da Alemanha” (uma autodesignação da primeira coalizão deste tipo em Saxônia-Anhalt – ou melhor, uma “aliança da pequena Alemanha” como diz Michael Bartsch) de uma coalizão do neoliberalismo tardio.
  • Uma quarta coalizão teoricamente possível seria o chamado semáforo com o SPD (vermelho), o FDP (amarelo) e os verdes. No nível estadual esta coalizão tem fracassado repetidamente nos últimos anos pela aproximação do FDP da direita, que se opõe a uma política climática e apoia uma política social e econômica neoliberal do estilo antigo. Por isso, o FDP é percebido com justiça como uma barreira a uma política progressista. Este tipo de aliança emergiu nas últimas eleições no estado da Renânia-Palatinado, o único exemplo que deu certo até agora. Há um debate permanente sobre o “semáforo” que representaria o tal Mittelstand (uma mistura ideológica da classe média e empresas médias), que permitiria uma coalizão sem Die Linke e sem CDU, no poder há 16 anos. Acreditamos que é improvável.

Para a Linke, a primeira opção seria a mais interessante e promissora, mas também a mais perigosa. A segunda opção seria uma chance de virar uma oposição social-ecológica à esquerda de um governo verde-capitalista, um ponto de condensação para a sociedade civil ativa e movimentos sociais. Poderíamos ganhar as partes mais radicais dos eleitores dos verdes que estariam frustrados pelos muitos compromissos com o CDU/CSU que ignoraram a mudança climática por décadas. A terceira opção seria a pior, não só para a esquerda que estaria ofuscada na oposição pelos verdes muito mais fortes e com uma visibilidade midiática bem maior, mas também para a sociedade no geral – uma coalizão de dois passos para frente e um para trás – ou melhor, ao contrário –, uma adaptação muito lenta aos problemas sociais e à mudança climática dramaticamente acelerada, incapaz de lidar com os problemas ou criar um novo consenso social. Com isso também seria criada uma condição muito boa para uma nova ascensão da direita radical. Uma coalizão futura dos verdes e os conservadores seria então não só alvo principal dos ataques na campanha eleitoral, como também a mais provável mas e a mais conveniente situação para a própria Linke.

Todos estes cenários, no entanto, estão muito distantes do que seria necessário para lidar com os desafios sociais atuais. Fica obscuro como as consequências financeiras da pandemia serão resolvidas ou mesmo como, ao mesmo tempo, valores sem precedentes poderão ser investidos em infraestruturas sociais e materiais e também na renovação social-ecológica para conseguir a neutralidade climática – tudo isso sem a anulação do freio da dívida e uma reversão eficaz na política de impostos que incluiria muito mais o capital e os ricos no financiamento do bem-estar social. Não está claro também como as medidas profundas necessárias de uma virada ecológica seriam implementadas democraticamente no nosso modo de produção e de vida neste curto prazo que nos sobra.

A reconstrução e a ampliação das infraestruturas sociais e a mudança sistêmica social-ecológica ainda são uma perspectiva agregadora de um projeto progressista amplo. Um importante valor de uso da Linke poderia ser: quem quiser realmente politicais sociais e ecológicas deve votar pela esquerda, até para evitar que a social-democracia ou os verdes prossigam avançando rumo à modernização capitalista ou mantenham as coisas como estão; em vez disso, apenas com Die Linke estes partidos poderão fortalecer suas próprias demandas de esquerda. Seria razoável aproveitar quatro anos de oposição para ficar mais sólido e se posicionar mais claramente contra um governo dos verdes com os conservadores (como opção mais provável). Porém, depois disso, pode ser tarde demais para as transformações sociais-ecológicas tão urgentes. Então, priorizamos nossos “projetos mínimos” e trabalhamos em “conflitos produtivos”. Façamos nossa parte para deixar as perspectivas para um futuro aberto da Linke e, com isso, para um futuro para todos.


[1] Diretor do Instituto de Análise Social da Fundação Rosa Luxemburgo em Berlim.

[2] O AfD mesmo transformou os verdes no representante do terceiro pólo através de seus ataques contra “a geração imunda de 1968”, sua “ideologia de gênero”, seu “ecologismo dos abastados”, etc. As polémicas já muito consagradas nas mídias mainstream sobre a “ideologia de gênero”, “cancel culture”, o “partido proibicionista” e a “ditadura ecológica” por um lado tem consequências desastrosas para o nível do debate público, por outro lado fortaleceram o perfil dos verdes.